terça-feira, 20 de julho de 2010

O empobrecimento da Terra

Um fato grave já detectado é o empobrecimento generalizado do planeta devido à industrialização selvagem e ao consumo irracional que vem sendo feito dos recursos da terra. A poluição continua grave e a produção de resíduos é superior à capacidade de reciclá-los.

O futuro poderá ser catastrófico, se não se corrigirem urgentemente os estragos causados à natureza. Em 2050, numa população mundial prevista de 9,5 bilhões de pessoas, de 1 a 2,5 bilhões terão problemas de escassez de água potável. Hoje, já são 132 milhões.

Atualmente existe certa preocupação em produzir de forma sustentável, diminuindo o consumo excessivo com água, com energia e outros recursos naturais. Entretanto do outro lado, há um apelo à compra, ao consumismo o que acaba por neutralizar as ações positivas da produção.

Quando desgasta os recursos renováveis, o consumo desordenado contamina o meio ambiente, satisfaz necessidades manifestamente supérfluas e afasta-se das necessidades legítimas da vida numa sociedade moderna.

Não há possibilidade de termos um planeta equilibrado sem nos educarmos para o consumo. Temos que estar “vacinados” contra a busca da felicidade no bem material, como o banho de loja ou a compra de produtos supérfluos.

Os países em desenvolvimento são capazes de "saltar" por cima das armadilhas do crescimento de estilo ocidental, voltando-se para fontes energéticas abundantes e não poluentes, para uma produção de cereais com gastos de energia menos intensivos e para processos de manufatura mais limpos que evitem os altos custos da limpeza ambiental atualmente praticada em muitos países.

Em 1992 realizou-se no Rio de Janeiro uma cimeira onde se definiu que a eliminação do consumismo deveria ser das tarefas principais a serem efetuadas pela humanidade, pois só assim se poderia salvar o planeta para a catástrofe que se avizinha.

Já se passaram 16 anos desde a realização daquela cimeira convocada pelas Nações Unidas, e descontando as centenas de discursos, os compromissos e as mil promessas dos governantes dos países ricos e industrializados, a verdade é que muito pouco se fez. Enquanto isso, a consciência do perigo mortal vai crescendo e os efeitos da deterioração ambiental multiplicam-se.

Precisamos passar de uma sociedade de Produção Industrial, consumista e individualista, que sacrifica os ecossistemas e penaliza as pessoas, destruindo a sócio-biodiversidade, para uma Sociedade de Sustentação de Toda a Vida, que se oriente por um modo socialmente justo e ecologicamente sustentável de viver. É necessário não poluir, não esbanjar água, energia entre outros recursos, mas principalmente e imprescindível racionalizar o consumo e de preferência consumir produtos que poluam menos e que explorem menos a natureza. Cada indivíduo pode participar da construção de uma sociedade melhor quando respeita o próximo no trânsito, quando respeita o companheiro ou a companheira nas relações de intimidade, quando diminui o consumo do que não é necessário, quando recicla o lixo, quando não desperdiça recursos naturais. A terra pode oferecer o suficiente pra satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens.

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