terça-feira, 20 de julho de 2010

Nordeste é região mais desigual do país, diz IBGE

da Folha Online

A região mais desigual do país, na comparação entre gastos de ricos e pobres, é o Nordeste. Segundo dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002-2003, divulgados nesta quarta IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os mais ricos gastam 11,8 vezes mais que os pobres no Nordeste.

No Nordeste, os mais ricos tiveram gasto per capita de R$ 1.600, enquanto os mais pobres gastaram R$ 138. Na outra ponta, as menos desiguais foram as regiões Norte e Sul, com distâncias médias praticamente iguais (oito vezes).

O Norte apresentou a menor despesa entre os ricos (R$ 1.244), enquanto os pobres gastaram cerca de R$ 160. O Centro-oeste, por sua vez, teve o maior gasto dos ricos (R$ 1.960). Já o Sul teve a maior despesa entre os pobres (R$ 234), enquanto os ricos gastaram cerca de R$ 1.800, segundo o estudo.

Por Estado, segundo o levantamento, entre os mais pobres, o Maranhão possuía a menor despesa per capita, de R$ 116, e o Distrito Federal a maior, de R$ 280. Já entre os ricos, a menor despesa ficou com o Amapá, R$ 913, e a maior com o Rio de Janeiro, R$ 2.339. Esse resultado mostra uma grande desigualdade entre regiões.

Outro ponto que chama atenção é o fato do Amapá ter mostrado o menor nível de desigualdade (5,3), com a menor diferença de gastos per capita entre os mais ricos (R$ 913) e os mais pobres (R$ 180), demonstrando uma relação mais eqüitativa nas despesas das famílias.

A pesquisa também destaca que apesar de o Maranhão ter apresentado, em 2003, a menor despesa per capita, Alagoas ficou com o maior nível de desigualdade (15,6 vezes).

No geral, o estudo do IBGE aponta que o rendimento médio dos mais ricos é dez vezes maior que o de dos mais pobres. No ano de 2003, 40% de famílias com menos rendimentos possuíam, no país, uma despesa per capita de R$ 180, enquanto as 10% mais ricas tinham gastos em torno de R$ 1.800. (leia mais aqui)

Por perfil de gasto, segundo o IBGE, o com habitação é o que mais pesa no bolso das famílias brasileiras. Das 48,5 milhões de famílias pesquisadas, independentemente da composição familiar, habitação correspondeu a 34,8% dos gastos. (leia mais aqui)

Perfil dos rendimentos

A Pesquisa traça um perfil das despesas e rendimento de acordo com a característica da pessoa de referência, tais como a inserção no mercado de trabalho, escolaridade, idade, o sexo, a cor ou raça e a religião, entre outras.

Esta é a quarta pesquisa realizada pelo IBGE sobre orçamentos familiares. As anteriores foram o Estudo Nacional de Despesa Familiar ENDEF 1974-1975, com âmbito territorial nacional, à exceção da área rural da região norte e centro-oeste, POF 1987-1988 e a POF 1995-1996, essas duas tinham como meta atender a atualização das estruturas de consumo dos índices de preços do consumidor produzidos pelo IBGE, sendo realizadas nas regiões metropolitanas do país.

O IBGE diz que a crescente necessidade de conhecimentos do perfil socioeconômico da população brasileira é uma das principais justificativas para a retomada deste estudo, que passou a incluir, por necessidade de informações detalhadas sobre as condições de vida a partir do consumo (especialmente das famílias de menor rendimento), as áreas rurais.

Além das investigações tradicionais, são levantadas as aquisições não-monetárias, que correspondem a tudo que é produzido, pescado, caçado, coletado ou recebido em bens (troca, doação, retirada do negócio e salário em bens).

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