quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ensinando as crianças a valorizar a liberdade

Rogério Luiz, Correspondente Sênior, ensinando as crianças sobre a Igreja Perseguida

BRASIL (*) - "Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." Provérbios 22.6

São inúmeros os ensinamentos que podemos transmitir às nossas crianças, sejam pro bem ou pro mal. Obviamente, as Sagradas Escrituras, refere-se aos bons, pois através deles, instruímos os pequeninos a trilharem um caminho excelente para a formação do seu caráter que irá definir o seu posicionamento na sociedade e principalmente no Reino de Deus.

Todo pai que ama, quer ver o sucesso do seu filho. Mas qual deve ser o melhor ensinamento? Motivá-lo a estudar e ser “alguém” na vida? - Afinal de contas vivemos em um mundo competitivo. Mas e o ensino sobre Deus? Deveria ser apenas um complemento para formação de seu caráter ou uma prioridade?

Eu entendo que os dois são importantes e que deve haver um equilíbrio em suas aplicações. Estudar pra ter sucesso na carreira profissional e conhecer a Deus respeitando a prioridade bíblica: Deus em primeiro lugar!

Eu sonho em ver meu filho formado, mas essa realização seria incompleta se ele não se tornasse, antes de tudo, um servo de Deus, reconhecendo que é uma responsabilidade minha como pai e sacerdote no lar instruí-lo a seguir esse caminho.

Um dos maiores ensinamentos que transmito, não somente ao meu filho, mas também aos meus pequenos alunos, é o de saber valorizar o que se tem!

Em algumas pesquisas que realizei, pude chegar à conclusão de que “não valorizar” às vezes significa “desperdiçar”.

Referente ao ensino fundamental, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é campeão em desperdício em tempo de aula, pois os professores perdem mais tempo em classe com atividades alheias do que ensinando algo útil.

Não existe uma estatística que aborde essa realidade em nossas escolas bíblicas, pois teríamos que levar em consideração muitos aspectos, como o preparo de nossos professores dominicais, o material utilizado, avaliar o que tem sido ensinado, enfim, seria uma tarefa muito difícil traçarmos um perfil do ensino que nossos pequeninos recebem em suas igrejas.

Mas há algo muito importante que devemos valorizar independente da qualidade de ensino que recebemos ou transmitimos que é a questão da liberdade religiosa. Em muitas nações, transmitir ensinamentos de caráter cristão é constituído crime. Como exemplo, temos a China, que proíbe ensinamento religioso para menores de 18 anos.

Ultimamente tenho sido desafiado a inculcar na mente de pré-adolescentes a questão da valorização do que se possui. Elas possuem família, lar, escola, alimentação e, graças a Deus, um lugar que podem chamar de Igreja, onde podem livremente cultuar ao Senhor e aprender mais sobre Ele através de Sua Palavra.

Recentemente mostrei a essas crianças o contraste da realidade em que vivem com o testemunho de vida de crianças chinesas, que sofrem para receberem um ensino bíblico. Então como recurso, exibi para todas elas o filme “A fé vigorosa de uma criança”. Foram momentos de muita comoção. Ainda não tinha presenciado um silêncio tão duradouro em sala de aula. Uma das alunas, após o filme, manifestou-se de forma surpreendente. Pediu-me pra fazer uma oração antes de escrever as cartinhas com desenhos e mensagens de incentivo a uma família chinesa.

Vi uma criança orar com temor e fervor, preocupada até com a chegada das cartas nãos mãos de seus destinatários. Foi uma identificação espiritual que presenciei: um “pequeno” membro sofrendo por outro membro do Corpo. As feições mudaram repentinamente, rostos alegres se converteram em tristeza e lágrimas ao verem seus irmãozinhos em Cristo sofrendo pela mesma fé que eles professam.

Não poderia fechar de outra forma, me direcionei a todos com uma simples pergunta: Vocês valorizam o que têm?

Após a conscientização veio a mobilização, pois todos se engajaram para fazerem algo pelos irmãozinhos chineses. As cartinhas, com desenhos e mensagens são apenas uma pequena expressão do que realmente foi sentido por cada coração de seus pequenos autores.

Rogério Luiz de Sousa, Correspondente Sênior

* Este país não se enquadra entre os 50 mais intolerantes ao cristianismo.

Missão Portas Abertas

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