45ª posição na Classificação de países por perseguição.
O território de Bangladesh localiza-se a leste da Índia e ocupa as planícies cortadas pelos rios Ganges e Bramaputra. Em consequência de sua localização, o país recebe grande quantidade de chuvas e está sujeito a inundações constantes.
População
Cerca de 160 milhões de pessoas vivem no país, tornando-o a sétima nação mais populosa do planeta. A maior parte do povo bengalês vive nas regiões rurais: menos de 30% dos habitantes reside nas cidades.
Um terço da população tem idade inferior a 15 anos. Apenas 2% da população é constituída de grupos minoritários, sejam tribais ou estrangeiros. Os outros 98% são de pessoas da etnia bengali.
No que se refere à religião, os bengaleses dividem-se em muçulmanos e hindus.
Cerca de 85% da população professa o islamismo e a maioria dos muçulmanos é sunita. Os hindus correspondem à quase totalidade dos 15% restantes. Porém, ainda existem pequenos grupos de budistas, animistas e cristãos.
Os hindus sofreram severas baixas devido a mortes e fugas de refugiados durante a guerra civil de 1971, mas apesar de sua desvantagem numérica, eles continuam sendo uma minoria influente e de voz ativa.
Economia
Bangladesh é uma das nações mais pobres do mundo. O país sofre com a superpopulação e com os constantes desastres naturais - como ciclones e inundações implacáveis - que resultam em grande número de mortes.
Tais problemas, agregados à corrupção, têm obstruído qualquer tentativa de se elevar o padrão de vida dos bengaleses. Em curto prazo, parece haver poucas esperanças de que a pobreza diminua.
Há um pequeno e privilegiado grupo de pessoas ricas e um grande número de pobres em Bangladesh. Devido ao desemprego, muitos bengaleses têm deixado o país à procura de trabalho na Malásia, em Cingapura e no Oriente Médio. No ano passado, 875 mil bengaleses imigraram do país, sendo que a maioria deles se dirigiu à Arábia Saudita.
O país também está ameaçado de uma crise de alimentos, e o aumento dos preços pode se tornar um fenômeno comum. A alta no valor dos grãos no mercado internacional, a deficiência na agricultura nacional e as recorrentes enchentes são algumas poucas razões para essa crise.
História
Até 1947 o território bengalês pertencia à Índia e era conhecido como Bengala Oriental. Naquele ano, o Paquistão tornou-se uma nação independente e incorporou o território bengalês, cuja população era predominantemente muçulmana. A partir de então, Bangladesh passou a ser conhecido como Paquistão Oriental.
Governo
Em 29 de dezembro de 2008, Bangladesh teve sua primeira eleição geral dos últimos sete anos. Foi pacífica, o que surpreendeu a muitos observadores internacionais. Historicamente, as eleições no país são marcadas por fraudes e protestos da oposição.
O Exército aplicou um golpe de Estado em janeiro de 2007, quando a violência tomou as ruas do país. As eleições, marcadas para acontecerem naquela época, tinham apenas dois partidos concorrentes. Ambos se mostravam corruptos e inaptos a governar.
Em 1971, inicia-se uma cruel guerra civil pela independência, que culminou com a derrota do Paquistão pelas forças bengalesas apoiadas militarmente pela Índia.
Desde então, os anos de vida deste país têm sido marcados por corrupção, instabilidade, assassinatos e 18 golpes de Estado. Uma ditadura militar de nove anos terminou em 1991 com a restauração da democracia e a eleição de uma mulher, Begum Khaleda Zia, como primeira-ministra.
Desde a independência até 1988, Bangladesh foi um Estado sem identidade religiosa, mas nesse ano o governo bengalês declarou o islamismo como a religião oficial do país. Esta decisão acirrou a tensão entre muçulmanos e seguidores de outras religiões.
A Igreja
Entre os primeiros cristãos que chegaram a Bangladesh no século XVI, já figuravam missionários católicos. Entretanto, foi o ministério do missionário protestante William Carey, iniciado em 1795, que impactou profundamente o país. Hoje em dia, no entanto, o número de cristãos bengaleses é muito pequeno, apesar do extenso trabalho de vários missionários cristãos ao longo de décadas.
Quase todos os muçulmanos convertidos ao cristianismo mantêm sua fé em segredo, embora existam alguns poucos exemplos de vilas inteiras voltando-se a Cristo e testemunhando publicamente sua conversão. No entanto, a maioria desses cristãos é formada por camponeses pertencentes a castas hindus inferiores, ou membros de pequenas tribos (estes últimos são comprovadamente mais receptivos ao cristianismo).
O pequeno número de cristãos (0,84% da população) e a divisão em pelo menos 32 denominações têm enfraquecido sobremaneira a posição cristã. Nem os católicos nem os protestantes estão envolvidos fortemente com o evangelismo. Ao longo dos anos, a atuação cristã tem se concentrado mais na esfera da educação.
A Igreja em Bangladesh sobrevive em meio à dificuldade. As atividades evangelísticas cresceram com as mais de cem novas igrejas formadas por ex-muçulmanos, acrescentadas apenas em 2007.
A perseguição
O governo bengalês prudentemente decidiu não colocar em risco a ajuda ocidental que recebe e não adotou um processo aberto de islamização do país. Mas países islâmicos participam do programa nacional de ajuda humanitária, afetando políticas em detrimento dos convertidos e de outras organizações cristãs.
Apesar de os muçulmanos fundamentalistas constituírem uma minoria, eles se esforçam incansavelmente para pressionar o governo atual a adotar o rigoroso cumprimento da sharia (lei islâmica). Eles são a maior fonte de opressão à Igreja.
Há grupos islâmicos que vão de porta em porta na tentativa de convencer os convertidos a voltarem ao islã.
Com a crescente participação de nações islâmicas, notadamente do Oriente Médio, no programa de auxílio ao país, o governo acredita que deva fazer concessões aos sentimentos muçulmanos. Isso poderia afetar drasticamente os direitos civis dos cidadãos não muçulmanos.
A maior parte da perseguição se dá na zona rural. A influência dos clérigos muçulmanos é forte em muitas dessas comunidades. Novos convertidos tornam-se, então, vítimas da perseguição, e são socialmente marginalizados. Em muitos casos são agredidos, proibidos de ter acesso aos poços artesianos da vila, e coagidos a renunciar sua fé.
Nessas comunidades, eles ainda podem ser pressionados pela família. Casamentos são desfeitos quando um dos cônjuges se converte, e divórcios são incentivados pelos sogros.
A polícia se mostra apática aos convertidos vítimas de crimes. Isso tem atrapalhado o curso da justiça em alguns casos.
A família Das sabe muito bem o que é isso. Em maio de 2008, Elina Das, uma adolescente de 13 anos de idade, foi estuprada no meio da noite por um grupo de jovens muçulmanos. Ela se dirigia ao banheiro de sua casa, que fica do lado de fora.
O objetivo do ataque era levar o pai de Elina, o pastor Motilal, a desistir de seu ministério.
Quando o pastor tentou prestar queixa na delegacia, os policiais não quiseram ajudá-lo a não ser que lhes desse dinheiro.
Sem dinheiro, o pastor telefonou para um colega da Assembleia de Deus. Com a ajuda dele, conseguiu registrar um boletim de ocorrência na delegacia de outra cidade.
Os policiais da delegacia de Mymensingh levaram as roupas de Elina para exames e prenderam um suspeito, que não foi interrogado.
Um exame de DNA nas roupas confirmou o estupro. A polícia então acusou os suspeitos diante de uma vara regional.
Como o caso ainda não foi resolvido, os suspeitos estão à solta, ameaçando a família de Elina.
Outro episódio de injustiça aconteceu em junho de 2007, no distrito de Nilphamari. Extremistas, armados com bastões de madeira, agrediram dez novos convertidos e ameaçaram incendiar a casa deles se não deixassem a vila. Dois líderes foram ameaçados de morte, caso continuassem a evangelizar.
As vítimas foram encaminhadas para hospitais, e uma casa acabou destruída no ataque. Dias depois, líderes de uma mesquita impediram os cristãos de terem acesso à única fonte de água potável existente na região. Desde então, eles precisam andar 600 metros carregando vasilhas para buscar água.
Motivos de oração
1. A Igreja sofre com o alto índice de pobreza. Ore para que cristãos de todo o mundo possam suprir as necessidades de Bangladesh, particularmente na área econômica.
2. O país tem sido assolado por inúmeros desastres naturais. Peça a Deus para que a Igreja local consiga desenvolver projetos que possibilitem uma resposta rápida a esses eventos que se repetem quase todos os anos.
3. Muitos bengaleses estão felizes com o resultado das eleições de dezembro/2008. Peça ao Senhor para usar o novo líder em favor do povo bengalês e da Igreja.
4. A Igreja em Bangladesh está muito dividida. Há diversas denominações e outros grupos que trabalham de forma independente na evangelização de muçulmanos. Isso tem levado alguns a abandonar o ministério por causa da pressão. Peça a unidade e o entendimento mútuo para o Corpo de Cristo em Bangladesh.
Fontes
- 2008 Report on International Religious Freedom
- Países@
- Portas Abertas Internacional
- The World Factbook
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